Educação de surdos é tema de discussão em Comissão da Ales

Educação de surdos foi o tema da audiência pública realizada pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (Ales). O ato lotou o Auditório Deputada Judith Leão Castello Ribeiro na tarde desta terça-feira (08). Os convidados debateram a linguagem dos sinais e a permanência da educação dos surdos na Escola Oral Auditiva Professora Alécia Ferreira Couto, em Vila Velha, referência no Estado.

O conselheiro da Federação Nacional de Integração dos Surdos, José Onofre de Souza, fez um relato das dificuldades encontradas pelos surdos e seus familiares na busca pela educação e a ameaça de fechamento da Escola Oral. Segundo ele, a Secretaria de Educação quer acabar com a Escola e reivindicou que a instituição bilíngue continue a prestar assistência aos deficientes auditivos.

Entre as reivindicações estão à realização de concurso público para professores surdos de Líbras, curso técnico profissionalizante para tradutores de líbras, criação de escolas bilíngue para surdos, concurso público para professores de educação especial em âmbito estadual e municipal, núcleo de interpretes para atender os surdos.

A professora e pedagoga da rede municipal de Vila Velha, Stela da Conceição Dias, deu seu depoimento aos parlamentares da Comissão, presidida pelo deputado Da Vitória (PDT). Ela acredita que os alunos surdos devem permanecer juntos na Escola Oral, e não espalhados pelas escolas regulares.

“Na escola regular, eles não têm condições de aprender. O ambiente não favorece a aprendizagem desses alunos”, avaliou, defendendo que a Escola Oral de Vila Velha, localizada na Praia da Costa, continue a existir e a alfabetizar as crianças surdas.

A professora defende que as crianças com problemas auditivos sejam alfabetizadas em separado para que se preparem melhor para posteriormente poder estudar em escolas regulares que tenham intérpretes.

A conselheira municipal de pessoas com deficiência de Vila Velha, Maria da Penha Barbosa, falou que a Escola Oral está sucateada e sem condições físicas. Na ocasião, ela leu a carta de uma mãe de aluno que denuncia as péssimas condições do local e lamentas que o poder público ainda não se manifestado para dar uma resposta à sociedade.

Os deputados da Comissão deliberaram uma visita à Escola Oral de Vila Velha para fazer uma analise da situação e propor soluções ao Executivo. Estiveram presentes, além do deputado Da Vitória, os deputados Luiz Durão (PDT) e Nilton Baiano (PP).

Ainda na sessão, três projetos de lei foram aprovados. Um de autoria do deputado Doutor Hércules (PMDB), que estipula cota mínima para a literatura produzida por autores capixabas em estabelecimentos que comercializam livros; outro de autoria do deputado Gilsinho Lopes (PR), que altera dispositivos da Lei nº 6.148/2000, que institui o Programa Interdisciplinar e de Participação Comunitária para a Prevenção e Combate à Violência e às Drogas nas Escolas da Rede Pública; e o terceiro que obriga exposição de cartaz de advertência sobre acidentes pelos estabelecimentos que comercializam álcool liquido, do deputado José Esmeraldo (PR).

Daniella Sanz Ramos / Web Ales

(Reprodução autorizada mediante citação da Web Ales)